É difícil nos desfazermos de algo que estamos acostumados a ver e usar todos os dias ou que até mesmo temos um certo... Afeto?
Não sei se nesse caso que me aconteceu era possível ter afeto, seja da maneira que fosse, mas o fato é que nosso micro-ondas (agora com hífen) queimou. Uma coisa que aconteceria um dia, é claro, era só um eletrodoméstico, não?
Não.
Na verdade ele era meio que da família, sendo que tinha dezesseis anos. Era mais velho do que eu.
Dei risadas várias vezes ao repetir para mim mesma "lhe devo respeito, és mais velho."
E, com certeza, funcionava muito melhor do que muitos fornos novos em folha.
De tão antigo, não há mais peças para que possa ser consertado. Creio que nem mais seja fabricado.
Rio enquanto escrevo agora, não sei porquê, mas sinto necessidade de escrever. Esse apego à algo material me faz rever meus conceitos.
E quanto à velha história de que só se dá valor quando perde algo, eu concordo plenamente. Tão acostumada com ele que não lhe dava tanta importância assim. Nesses últimos dias, sem ele, temos de esquentar nosso café no fogão. Ele realmente faz falta.
Agora ele já foi substituído, na nossa vida corrida precisamos de praticidade; ou seja, de um micro-ondas. Sem querer desprezar o tal do novo micro-ondas, ele é pequeno e não chega nem perto da majestade do antigo.
Mas, como tudo na vida, é apenas uma questão de hábito.
Em alguns dias ou semanas ou até mesmo meses, o 'micro-ondas novo' vai ser apenas 'o micro-ondas'.
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Ain que fofo!! Ameei!
ResponderExcluirO novo fica velho, ou é apenas esquecido... Como tudo na nossa vida...
kisS